Motivados pela vitória da população egípcia contra o governo, forças populares intensificam ações em vários países. Mas diferente da ação pacífica do Egito, uma forte represália na Líbia está criando um clima de guerra na região. Violência e depredação estão levando o país ao caos e as fronteiras estão fechadas. E agora, há rumores de que nada mais, nada menos que Hugo Chávez estaria disposto a dar asilo ao ditador do governo Líbio Muamar Kadafi. O governo venezuelano, assim como as próprias lideranças da Líbia, negaram qualquer participação, e alegam que as boas relações entre os dois países são intensificadas apenas como países parceiros na OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Pode ser especulação política, mas o Chávez, é sempre o Chávez…
Leia mais abaixo … http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=55269&fonte=news
Da edição impressa de 22/02/2011
População intensifica protestos e incendeia prédios públicos
Hugo Chávez nega que a Venezuela esteja dando asilo para o ditador Muamar Kadafi
HO/AFP/JC
Protestos contra o governo continuam em diversas cidades do país
A sede central do governo líbio e o prédio que abriga o Ministério da Justiça em Trípoli foram incendiados ontem pelos manifestantes que reivindicam a queda do regime de Muamar Kadafi, disse o jornalista líbio Nezar Ahmed à rede de televisão Al-Jazira. O edifício é o local onde o Congresso Geral do Povo, ou Parlamento, se reúne na capital.
Ahmed, por telefone da capital líbia, também assegurou que as forças de segurança praticamente se retiraram da cidade e que várias delegacias e outros prédios públicos também foram saqueados ou incendiados.
“Praticamente não há forças da ordem. Não se sabe aonde foram. Esta situação favorece os rumores alarmantes”, explicou o jornalista, que mencionou como um deles a possível fuga de Kadafi do país e divergências entre altos dirigentes do Exército e de outros corpos de segurança.
O jornalista também confirmou que no domingo à noite houve manifestações com queima de fotografias do líder líbio no centro de Trípoli pouco depois do discurso de seu filho Seif el-Islan, e que os tiroteios prosseguiram.
Kadafi utiliza aviões de guerra contra manifestantes que protestam contra seu governo em Trípoli, informou a TV Al-Jazira. Aviões de guerra e helicópteros estariam bombardeando indiscriminadamente uma área depois da outra. O canal do Catar cita moradores da capital líbia como testemunhas. A censura à mídia estrangeira dificulta a confirmação das informações.
Algumas cidades do Leste do país, como Benghazi e Bayda, já estão sob controle dos manifestantes, com o auxílio de militares e policiais que mudaram de lado. Em Trípoli, onde há manifestações desde domingo, ao menos 160 pessoas morreram, diz a TV Al-Arabya. A ONG Humans Right Watch (HRW), no entanto, diz que o número de mortos já ultrapassa 200. Escolas, prédios governamentais e a maioria das lojas estão fechadas em Trípoli. A praça dos Mártires foi palco de enfrentamentos entre os dissidentes e forças de segurança desde as primeiras horas da manhã.
Seif el-Islan advertiu em um pronunciamento transmitido pela TV que o país poderá enfrentar uma guerra civil. Os comentários foram feitos após os protestos contra o governo, antes concentrados no Leste do país, terem chegado à capital.
O presidente Hugo Chávez negou ontem as notícias de que o líder líbio estivesse viajando para a Venezuela. O vice-chanceler da Líbia, Khalid Kayem, também negou a informação, dizendo que ela “não tem fundamento”. Atraído pelo passado revolucionário de Kadafi, o socialista Chávez se diz um anti-EUA ferrenho no palco internacional. Os dois mantêm boas relações e ambos os países são parceiros na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).