Monthly Archives: Agosto 2010

LOGÍSTICA – Retrato de um país que pode parar

23 de agosto de 2010 |

O tão falado apagão logístico virou realidade e gargalos na infraestrutura põem em risco a competitividade do País Renée Pereira – O Estado de S.Paulo

No início deste mês, a fila de navios à espera de autorização para atracar no Porto de Santos, maior da América Latina, bateu novo recorde: o congestionamento chegou a 119 navios parados, enquanto em dias normais esse número não passa de 10.

No transporte aéreo, o Aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil, teve de fazer mutirão para liberar cargas que estavam ao relento por falta de áreas para armazenagem. Cenas como essas revelam que o alerta feito por inúmeros especialistas, vistos pelo governo como catastrofistas, não era mero achismo.

O apagão logístico virou realidade no Brasil e será um dos maiores desafios para o próximo governo. No ano passado, por causa da crise financeira mundial, os gargalos foram amenizados. Mas bastou o País reagir e crescer acima da média para os problemas voltarem com força. Na área de transporte, falta tudo. As estradas continuam em péssima qualidade, especialmente as que atendem o agronegócio, concentrado no Centro-Oeste.

O mais lógico seria escoar a safra pelos portos da Região Norte. Mas grande parte dos grãos exportados sai pelos portos do Sul e do Sudeste, depois de percorrer milhares de quilômetros de estradas. O caminho para atingir os terminais do Norte é precário, cheio de obstáculos, como é o caso da BR-163, que liga Cuiabá a Santarém. Mas, hoje, mesmo que houvesse rodovias adequadas para escoar a produção pelo Norte, os portos da região não têm capacidade para atender toda a demanda, afirma o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, Sérgio Teixeira Mendes. O resultado é que quase toda a safra vai para Santos e Paranaguá. Apesar dos investimentos em andamento, os dois portos vivem em constante colapso.

Nas últimas semanas, Santos virou um estacionamento de navios que não conseguiam atracar. Mais uma vez a culpa é de São Pedro e do aumento das exportações de açúcar. O porto não tem infraestrutura para embarcar o produto quando chove. Resultado: tudo para. A degradação da infraestrutura do Brasil não se limita à parte logística. Um dos setores mais atrasados é o de saneamento básico.

O País ainda registra números alarmantes de excluídos dos serviços públicos, considerados essenciais para o bem-estar da população. Apesar dos programas de universalização criados pelo governo, milhares de brasileiros ainda não sabem o que é ter luz e água – seja tratada ou não – dentro de casa. Telefone e coleta de esgoto são serviços que nem passam pela cabeça de muitas famílias.

O setor de energia, depois do racionamento de 2001, parece estar entrando nos eixos. Mas a tarifa cobrada do consumidor ainda é uma das maiores do mundo, alerta o diretor da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti.

1-Portos Responsáveis por 95% do comércio exterior brasileiro, os portos viraram o grande entrave ao crescimento do País. Todo ano a história se repete: basta começar a safra de grãos para os problemas virem à tona, como as gigantescas filas de caminhões nas rodovias e de navios no mar. A situação é decorrente dos longos anos sem investimentos, que condenaram alguns terminais à estagnação e decadência. Algumas ações tentam recuperar a capacidade dos portos, como o Programa Nacional de Dragagem (PND), mas o resultado ainda é limitado.

O objetivo é atacar uma das principais deficiências dos terminais: a baixa profundidade dos canais para receber grandes embarcações. Com as novas gerações de navios, muitos portos já saíram da rota dos armadores. O resultado foi a maior concentração de escalas no Sul e Sudeste, onde o sistema portuário já está saturado.

Em Santos e Paranaguá, os maiores do País, os acessos terrestres são o maior obstáculo. Mas há também carência na infraestrutura de alguns terminais, que não conseguem operar em períodos de chuva, por exemplo. Apesar de algumas iniciativas, a velocidade de investimentos não tem sido compatível com a demanda. A solução do problema exige atuação mais firme.

2- Ferrovias O renascimento da ferrovia no Brasil está diretamente ligado ao avanço do agronegócio e do setor mineral. Seu alcance, no entanto, ainda é muito limitado. A malha nacional tem apenas 28 mil quilômetros (km) de extensão e ainda não consegue atender áreas que se transformaram em grande produtoras de grãos, como Mato Grosso. Mas a ferrovia brasileira não é apenas pequena. Ela também é muito mal aproveitada. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), apenas 10% das ferrovias (3 mil km) estão plenamente ocupadas. Outros 7 mil km estão sendo usados abaixo da capacidade e 18 mil km são subutilizados. Além de pequena, ela atinge poucos setores da economia. Até o ano passado, apenas dez produtos, quase todos granéis para exportação, somavam 91% de tudo que era transportado. Só o carregamento de minério de ferro representou 74,37% da movimentação das ferrovias. Para completar a lista de problemas, alguns gargalos reduzem a eficiência do transporte, pois diminuem a velocidade do trem. Um deles é a invasão da faixa de domínio, como a construção de casas à beira dos trilhos. No total, são 372 pontos, sendo 183 invasões de moradias. Outro problema são as passagens de nível (cruzamento de carros, por exemplo), que somam 12 mil em todo o País.

3- Rodovias A matriz brasileira de transporte é quase toda baseada em rodovias. Hoje 60% de toda carga movimentada no País é transportada por caminhões. Teoricamente, isso implicaria ter uma malha rodoviária boa para atender à demanda, cada vez mais crescente. Mas essa não é uma realidade no Brasil, que tem apenas 11% da malha nacional pavimentada. Hoje há estradas de terra batida que fazem parte de importantes corredores de exportação. É o caso, por exemplo, da BR-163, entre Cuiabá e Santarém. Embora pareça mais uma trilha, a rodovia é caminho para o transporte de soja exportada pelos portos do Norte. Parte da estrada está em obras. A previsão para o término é 2012. Até o ano passado, 69% das estradas pavimentadas no Brasil eram classificadas como ruins, péssimas ou regulares, segundo a Pesquisa Rodoviária 2009, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Apenas 13,5% das estradas foram considerados ótimos e 17,5%, bons. De acordo com o estudo, a má qualidade das estradas provoca aumento médio de 28% no custo do transporte rodoviário de carga. Só em relação ao consumo de combustível, o aumento do custo de transporte pode chegar a 5%, comparado aos veículos que trafegam em rodovias com excelente pavimentação, como as de São Paulo.

4. Aeroportos O setor aéreo foi o último a integrar a lista de gargalos da infraestrutura nacional. No caso do transporte de passageiros, o aumento da demanda evidenciou a falta de planejamento do setor, que a exemplo das outras áreas da infraestrutura também padeceu durante décadas sem investimentos adequados. Nos últimos anos, viajar de avião virou um teste de paciência para os passageiros, que nunca sabem se chegarão ao seu destino na data prevista. Se nada for feito com urgência, a tendência é piorar ainda mais. De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o transporte aéreo de passageiros no Brasil deve triplicar nos próximos 20 anos. No setor de carga, a situação não é muito diferente. Com o aumento no volume de importações (superior a 40%), os terminais entraram em colapso. Os problemas são iguais aos dos portos: faltam áreas de armazenagem, instalações (câmaras refrigeradas) para produtos especiais e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais. Sem áreas suficientes, as cargas são armazenadas ao relento, no pátio, ao lado dos aviões. Ao ficarem expostas ao sol ou à chuva, muitas mercadorias são danificadas, o que complica ainda mais o processo de retirada do produto da área alfandegária. Em alguns casos, os terminais demoram mais para liberar a mercadoria do que o tempo que ela gastou para sair do país de origem e chegar ao Brasil. O problema também tem afetado o embarque de produtos exportados.

5. Energia Depois de passar pelo racionamento de 2001, o setor de energia elétrica conseguiu criar uma cultura de planejamento. Pelo menos na área de geração de energia elétrica. Todos os anos, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelos estudos de novos empreendimentos, põe à disposição projetos para serem leiloados e construídos. O lado negativo é que quando não há projetos hidrelétricos para serem concedidos, a estatal recorre às térmicas movidas a óleo diesel e óleo combustível, mais caras e poluentes. De qualquer forma, o governo tem conseguido afastar o risco de racionamento. Mas, se na geração os riscos estão mais controlados, a distribuição tem revelado sinais de saturação. No fim do ano passado e início deste ano, os brasileiros enfrentaram uma série de blecautes localizados, além do apagão de novembro, que atingiu 18 Estados. Os desligamentos provocaram a piora na qualidade da energia entregue aos brasileiros. Em 2009, pela primeira vez desde a privatização, os indicadores superaram as metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 17,9 horas. Na avaliação de especialistas, uma das explicações é a falta de manutenção da rede. Outro problema que atormenta os brasileiros é o preço da conta de luz, uma das mais altas do mundo por causa da elevada carga tributária.

6. Saneamento Durante muitos anos, o atraso do Brasil no setor de saneamento básico foi atribuído à falta de um marco regulatório adequado para atrair a iniciativa privada. As novas regras vieram em 2006, depois de 20 anos de atraso, mas até hoje os investimentos não deslancharam. Nos últimos anos, o governo federal reforçou o orçamento para a área por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O problema, que antes era dinheiro, passou a ser a falta de projetos. Para conseguir o capital, as prefeituras precisavam apresentar o projeto das obras, mas boa parte não conseguiu cumprir o requisito. Resultado: uma parcela significativa da população continua sem os serviços básicos de saneamento. Um exemplo disso é a capital de Rondônia, Porto Velho. Quase toda a cidade não tem esgoto tratado nem água potável. As obras apenas começaram a sair do papel por causa das hidrelétricas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, que tornaram a região mais visível no cenário nacional. De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2008, apenas 52,5% da população brasileira é atendida por rede de esgoto. No caso do abastecimento de água, o número é melhor: 82% da população tem água em suas moradias

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100823/not_imp598807,0.php


Desenvolvimento econômico contrasta com graves problemas internos

Revista VEJA 17/08/2010

China

Desigualdade social ainda é alarmante na 2ª maior economia do mundo

Cecília Araújo

A China, que superou o Japão como a segunda maior economia do mundo, ainda apresenta graves problemas internos que comprometem a qualidade de vida da população. Especialistas ouvidos por VEJA.com apontam a má distribuição de renda como o principal motivo para o fato de grande parte dos chineses não ter acesso aos benefícios trazidos pelo desenvolvimento do país. Outros problemas citados foram o controle excessivo do governo e a poluição.

Enquanto no Japão e nos Estados Unidos, o crescimento econômico se traduz em qualidade de vida, na China a situação é diferente. A renda per capta no país é de apenas 6.675 dólares por ano, bem mais baixa do que o índice japonês, que é de 32.443 dólares por ano, e do que o americano, que é de 46.436 dólares. Apenas cerca de 26% da população chinesa – composta por aproximadamente 1,35 bilhão de pessoas no total – participa do mercado de consumo do país, segundo Alexandre Uehara, professor de relações internacionais e membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (Gacint- USP).

Apesar de estar no caminho para ampliar seu papel internacional, a China ainda enfrenta dificuldades em lidar com a democratização, de acordo com os padrões ocidentais. “O Ocidente pressiona o governo chinês para se tornar uma democracia. A grande dificuldade é como lidar com esse processo”, diz o professor James T.C. Wright, coordenador do MBA Executivo Internacional da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Veja abaixo as questões políticas e sociais mais problemáticas enfrentadas pelos chineses:

Desigualdade social:
Na China, há uma grande diferença entre o padrão de vida das pessoas que vivem nas grandes cidades do litoral – onde estão localizadas as maiores indústrias importadoras, que criam emprego e renda – , e o interior do país, ainda pobre e com diferenças sociais enormes. “A desigualdade é, sem dúvida, a questão social mais importante e problemática do país. Com a abertura, o desenvolvimento econômico naturalmente se deu de maneira desigual, criando tensões entre pobres e ricos”, pontua Wright.

Para reduzir as tensões, a China inicia uma política que visa um desenvolvimento harmônico. Segundo Wright, “isso significa basicamente direcionar investimentos para o interior do país e estimular um crescimento mais equilibrado entre o interior mais pobre e o litoral que já teve benefícios”.

Poluição:
A questão do meio ambiente também é um problema grave na China, não só por causa da imagem negativa que passa no exterior, mas para sua própria sobrevivência. A poluição afeta gravemente a saúde da população e já atinge países vizinhos, como a Coreia do Sul. Grande parte dos rios está contaminada e muitas cidades enfrentam problemas com água potável. “O Japão passou por um processo semelhante, após a Segunda Guerra, priorizando o desenvolvimento econômico em detrimento do meio ambiente. Com a China acontece a mesma coisa”, explica Uehara. O especialista acredita que o crescimento econômico vai permitir mais recursos para se investir na área, porém deve levar um tempo para qualquer mudança nesse campo ocorrer.

Educação e emprego:
O acesso à educação de qualidade e a perspectiva de melhoria na renda e na qualificação profissional são desafios novos e importantes na China. Enquanto os trabalhadores estão insatisfeitos, aumentam os casos de suicídios no país. “O suicídio de funcionários de fábricas chinesas reflete o fato de novas gerações estarem perdendo a esperança de um crescimento rápido e melhoria de bem-estar”, diz Wright. Como reação ao descontentamento dos trabalhadores, muitas empresas aumentaram salários de 18 a 30%, de acordo com ele.

Controle do governo:
Existem 800 milhões de chineses que querem sair de sua região e ir para cidades mais prósperas, diante da escassez de recursos. Os problemas sociais e políticos trazem desafios para o governo central manter um ritmo de crescimento econômico que atenda à expectativa de criação de empregos para todos.

A saída encontrada pelo Partido Comunista foi promover um crescimento controlado. O governo mantém o controle da população – por meio da censura, da restrição de direitos etc – para impedir qualquer deslocamento que possa prejudicar o desenvolvimento econômico do país. “Isso implica, porém, em limitar e postergar desejos individuais de maior liberdade e abertura democrática, o que, em algum grau, também prejudica o desenvolvimento”, conclui Wright.


Clique na imagem para acessar

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/desenvolvimento-economico-contrasta-com-graves-problemas-internos

 


ELEIÇÕES – QUERO SER CANDIDATO

Falar em comércio exterior, é falar em políticas públicas. Neste sentido, o país vivencia um momento importante da democracia, no qual o direito de escolha sobre candidatos faz com que tenhamos a responsabilidade ainda maior pelas decisões futuras do país.

Mas também vemos situações que nos deixam muito preocupados com este futuro…e como toda a eleição, sempre surge um número curioso de candidatos “celebridades”, TIRIRICA; TATI QUEBRA BARRACO, MULHER MELAO; SIMONY, BATORÉ; POPÓ, VAMPETA E OUTROS…vejam no link abaixo:

http://portalexame.abril.com.br/economia/eleicoes-2010/noticias/celebridades-apostam-fama-conquistar-eleitores-585940.html?v=0#show

 

ou quer conhecer os candidatos, dados oficiais no link: http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/

Abaixo, um trecho da entrevista com um dos candidatos, vale a leitura !

24/08/2010 – 03h00

‘Não é piada, é a realidade’, diz Tiririca sobre slogan de campanha

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, 45, provoca risos e indignação desde que a campanha eleitoral começou na TV.

Com o slogan “Vote Tiririca, pior que tá, não fica”, ele vai às urnas para tentar uma vaga como deputado federal pelo Estado de São Paulo.

É a grande aposta do PR no pleito, tanto que ganhou a legenda de mais fácil memorização: 2222.

Folha – Por que você decidiu se candidatar?

Tiririca – Eu recebi o convite há um ano. Conversei com minha mãe, ela me aconselhou a entrar porque daria pra ajudar as pessoas mais necessitadas. Eu tô entrando de cabeça.

De quem veio o convite?

Do PR.

Como foi?

Por eu ser um cara popular, eles acreditaram muito, como eu também acredito, que tá certo, eu vou ser eleito.

Sabe o que o PR propõe, como se situa na política?

Cara, com sinceridade, ainda não me liguei nisso aí, não. O meu foco é nessa coisa da candidatura, e de correr atrás. E caso vindo a ser eleito, aí a gente vai ver.

Quais são as suas principais propostas?

Como eu sou cara que vem de baixo, e graças a Deus consegui espaço, eu tô trabalhando pelos nordestinos, pelas crianças e pelos desfavorecidos.

Mas tem algum projeto concreto que você queira levar para a Câmara?

De cabeça, assim, não dá pra falar. Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza. Eu quero ajudar muito o lance dos nordestinos.

O que você poderia fazer pelos nordestinos?

Acabar com a discriminação, que é muito grande. Eu sei que o lance da constituição civil, lei trabalhista… A gente tem uma porrada de coisa que… de cabeça assim é complicado pra te falar. Mas tá tudo no papel, e tá beleza. Tenho certeza de que vai dar certo.

Quem financia a sua campanha?

Então… o partido entrou com essa ajuda aí… e eu achei legal.

Você tem ideia de quanto custa a campanha?

Cara, não tá sendo barata.

Mas você não tem ideia?

Não tenho ideia, não.

Na propaganda eleitoral você diz que não sabe o que faz um deputado. É verdade ou é piada?

Como é o Tiririca, é uma piada, né, cara? ‘Também não sei, mas vote em mim que eu vou dizer’. Tipo assim. Eu fiz mais na piada, mais no coisa… porque é esse lance mesmo do Tiririca.

Mas o Francisco sabe o que faz um deputado?

Com certeza, bicho. Entrei nessa, estudei para esse lance, conversei muito com a minha mãe. Eu sei que elabora as leis e faz vários projetos acontecer, né?

O que você conhece sobre a atividade de deputado?

Pra te falar a verdade, não conheço nada. Mas tando lá vou passar a conhecer.

Até agora você não sabe nada sobre a Câmara?

Não, nada.

Quem são os seus assessores?

Nós estamos com, com, com…. a Daniele…. Daniela. Ela faz parte da assessoria, junto com…. Maionese, né? Carla… É uma equipe grande pra caramba.

Mas quem te assessora na parte legislativa?

É pessoal do Manieri.

Quem é o Manieri?

É… A, a, a…. a Dani é que pode te explicar direitinho. Ela que trabalha com ele. Pode te explicar o que é.

Por que seu slogan é ‘pior que tá, não fica?

Eu acho que pior que tá, não vai ficar. Não tem condições. Vamos ver se, com os artistas entrando, vai dar uma mudança. Se Deus quiser, pra melhor.

Esse slogan é um deboche, uma piada?

Não. É a realidade. Pior do que tá não fica.

Você pretende se vestir de Tiririca na Câmara?

Não, de maneira alguma.

Quem é o seu espelho na política?

Pra te falar a verdade, não tenho. Respeito muito o Lula pelo que ele fez pelo nosso país. Ele pegou o país arrasado e melhorou pra caramba.

Fora ele…

Quem ele indicar, eu acredito muito. Vai continuar o trabalho que ele deixou aí.

Então você vota na Dilma.

Com certeza. A gente vai apoiar a Dilma. Ele tá apoiando e a gente vai nessa.

Não teme ser tratado com deboche?

Não, cara. Não temo nada disso. Tô entrando de cabeça, de coração. Tô querendo fazer alguma coisa. Mesmo porque eu sou bem resolvido na minha profissão. Tenho um contrato de quatro anos com a Record. Tenho minha vida feita, graças a Deus. Tem gente que não aceita, mas a rejeição é muito pouca.

Se for eleito, vai continuar na TV?

Com certeza, é o meu trabalho. Vou conciliar os dois empregos.

Em quem votou para deputado na última eleição?

Pra te falar a verdade, eu nunca votei. Sempre justifiquei meu voto.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/787678-nao-e-piada-e-a-realidade-diz-tiririca-sobre-slogan-de-campanha.shtml


Porto do Rio Grande terá sistema de monitoramento

 Notícia da edição impressa de 25/08/2010

Medida vai facilitar decisões sobre entradas e saídas de navios

Jefferson Klein

FREDY VIEIRA/JC
Porto Alegre é sede do Congresso Internacional Navegar, que tem como novidade a 1ª Rodada de Negócio

Com o objetivo de aumentar a monitoração e a segurança no porto do Rio Grande, será aberta uma licitação para contratar o mesmo sistema que opera no porto de Roterdã: o VTMIS (Vessel Traffic Monitoring and Information Systems). O superintendente do porto do Rio Grande, Jayme Ramis, informa que ontem foram entregues documentos à secretária estadual de Infraestrutura e Logística para autorizar a abertura do processo.

O mecanismo poderá ser aplicado para o tráfego na região do porto, nos acessos, canais, monitoramento ambiental, de marés etc. Ramis destaca que essa solução facilitará a tomada de decisões quanto a entradas e saídas de navios. Ele adianta que a licitação deverá ser aberta ainda neste mês, para implementar o sistema em até oito meses. “O volume de recursos que estamos resguardando para esse investimento é de R$ 25 milhões”, diz o superintendente.

O dirigente explica que os fornecedores desse equipamento, atualmente, são estrangeiros, principalmente holandeses. Ele detalha que o sistema informatizado é composto por boias com sensores inteligentes. Ramis espera que a iniciativa reduza em cerca de 50% os níveis de paralisação existentes hoje no porto. Ele salienta ainda que, quando ocorrem grandes ondas e ventos fortes, não há muitas ações que possam ser tomadas, mas em outras situações, como o acesso dos práticos às embarcações, a solução dos problemas será facilitada.

O superintendente lembra que neste primeiro semestre somente o Terminal de Contêineres perdeu cerca de cem escalas de navios previstas para Rio Grande. Ramis participou ontem do Congresso Internacional Navegar, promovido pela Revista Conexão Marítima e que será realizado nos armazéns “A” e “B” do porto da Capital gaúcha até amanhã.

Outro participante do evento foi o diretor de Operações da CaixaRS, Rogério Augusto de Wallau. O executivo informou que a meta da instituição é apoiar os fornecedores gaúchos para a indústria naval, os investidores em estaleiros no Estado e os construtores de navios. A CaixaRS possui R$ 3 bilhões de limite para operar em financiamentos de longo prazo.

Neste ano, o Navegar apresenta uma novidade: a 1ª Rodada de Negócios. Cinquenta empresas já estão cadastradas como vendedoras e seis empresas como compradoras. A rodada será realizada hoje e amanhã das 9h às 12h e das 14h às 18h.

Granol avalia movimentação de cargas pela hidrovia

Governo do Estado, Navegação Aliança e a empresa do setor de agronegócios Granol estão discutindo um protocolo de intenções para o uso da hidrovia do Jacuí e do porto de Cachoeira do Sul, revela o secretário de Desenvolvimento do município, Ronaldo Tonet. Ele detalha que, conforme o acordo, a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) será responsável pela dragagem de alguns trechos, a Granol se comprometerá a colocar cargas à disposição e a Navegação Aliança a fazer o transporte.

“Com a Granol, temos carga para transportar pela hidrovia”, comenta Tonet. Ele ressalta que a navegação pelo rio Jacuí não acontece por poucos detalhes, como a falta de dragagem. A unidade da Granol localizada em Cachoeira do Sul produz biodiesel, glicerina e farelo de soja.

De acordo com o gerente da companhia, Armando Hiroshi Moriya, no momento a movimentação desses itens é realizada por rodovias. Ele acredita que todos os produtos poderiam ser transportados por hidrovias. O dirigente cita entre as vantagens da mudança a retirada de caminhões das estradas e, possivelmente, ganhos de custo. “A empresa vê com bons olhos a opção, depende da possibilidade de utilizar o rio”, afirma o executivo. Para esse ano, a unidade espera esmagar de 400 mil a 450 mil toneladas de soja.

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=38212


COMÉRCIO : Supermercados focam na sustentabilidade como novo alvo

Notícia da edição impressa

Supermercados focam na sustentabilidade como novo alvo
Evento em Gramado reuniu empresários de 18 países e debateu a sustentabilidade

Marcelo Beledeli, de Gramado

 

LARRY SILVA/DIVULGAÇÃO/JC
Adoção de práticas ambientalmente corretas foi destacada no Congresso Panamericano.
Adoção de práticas ambientalmente corretas foi destacada no Congresso Panamericano.

A adoção de ações de sustentabilidade no setor supermercadista foi o tema do 4º Congresso Panamericano de Supermercados, que aconteceu neste final de semana no Hotel Serra Azul, em Gramado. Promovido pela Associação Latino-Americana de Supermercados (Alas), o evento reuniu representantes de 18 países do continente, que debateram as medidas tomadas pelo setor em relação aos cuidados com o meio ambiente.

Segundo o presidente da Alas, João Carlos Oliveira, a capacitação do setor em relação à sustentabilidade é uma necessidade, tendo em vista o crescimento da relevância do tema junto aos seus clientes. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo instituto britânico Kantar World Panel, em 2009, 77% dos consumidores latino-americanos se declararam preocupados com o aquecimento global. “Além disso, o número de entrevistados que afirmaram que estão dispostos a comprar produtos mais caros, desde que ecologicamente corretos, cresceu de 3% para 6% em dois anos”, lembrou Oliveira.

A economia gerada pela adoção de práticas sustentáveis foi destacada por Leonardo Vieira Fioratti, coordenador nacional de manutenção do grupo Pão de Açúcar. Desde 2001, a companhia vem implementando projetos de conscientização junto a seus funcionários para evitar desperdícios em suas lojas. Além disso, há cinco anos a empresa vem adquirindo sua energia no mercado livre, o que proporcionou uma economia de 7% em suas contas de eletricidade. “Somando todos nossos projetos na área, já conseguimos uma redução de 17% a 20% nos gastos de energia”, afirmou.

A mobilização dos clientes para a adoção de atitudes sustentáveis foi o alvo de um projeto desenvolvido desde janeiro pela rede de supermercados mexicana Soriana. Em 42 lojas da companhia, os clientes podem entregar materiais recicláveis descartados, que são vendidos pelo grupo para empresas de processamento. Os recursos gerados pelo negócio são investidos em projetos socioambientais da rede. “Até o dia 16 de agosto, arrecadamos 345 toneladas de lixo, e esperamos fechar o ano com 700 toneladas recebidas”, disse Rafael Razo Delgadillo, diretor de qualidade e desenvolvimento de fornecedores da Soriana. O projeto também proporcionou o recolhimento de 40 toneladas de lixo eletrônico e de 5,4 toneladas de pilhas e baterias.

Outro assunto debatido no encontro foram as tendências de uso de embalagens plásticas para acondicionar as compras. Segundo Jürgen Giegrich, diretor-técnico do Institute for Energy and Enviroment Research (ifeu), que desenvolveu um estudo sobre o tema em parceria com a Alas, a atitude mais ecologicamente correta seria o uso de sacolas reutilizáveis, uma vez que mesmo os produtos biodegradáveis apresentam de 30% a 60% de materiais derivados de petróleo em sua composição. No entanto, os hábitos de consumo atuais impõem barreiras para sua adoção.

“Os clientes já estão acostumados culturalmente a colocar suas compras em sacos plásticos oferecidos de graça pelos mercados”, disse. Para incentivar a mudança, Giegrich sugere que sejam adotadas políticas já usadas em países europeus, onde as sacolinhas plásticas são cobradas pelas lojas. “Mas para isso seria preciso uma normatização do governo ou um acordo entre as empresas”, destacou.

Um incentivo para a adoção de hábitos mais ecologicamente corretos é o projeto implementado pelo Walmart, que oferece para os clientes que utilizarem sacolas reutilizáveis descontos de R$ 0,03 a cada cinco produtos comprados nas lojas do grupo. Adotado há um ano e meio pela companhia, o programa já concedeu R$ 900 mil em descontos. “Isso equivale a 30 milhões de sacos plásticos a menos descartados no lixo”, afirmou Felipe Zacari Antunes, consultor de sustentabilidade do Walmart. A política também resultou na venda de 2,4 milhões de sacolas retornáveis do grupo.

Brasileiros poderão investir no exterior e ampliar atuação

Convidado pela Alas para falar no evento supermercadista, o secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Édson Lupatini Júnior, anunciou a assinatura de um convênio de cooperação técnica entre a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e o ministério com vistas ao incentivo de investimentos do setor supermercadista no exterior, especialmente em outros países sul-americanos e no continente africano. “A presença comercial de supermercados do Brasil em outros países vai arrastar a exportação de serviços e de bens, principalmente na área alimentícia”, explicou o secretário.

Segundo Lupatini, o convênio será assinado na 44ª Convenção Brasileira de Supermercados, no dia 14 de setembro, em São Paulo. “Se as empresas multinacionais estrangeiras se instalam no Brasil, os supermercados brasileiros também podem expandir sua atuação para outros lugares.”

Fonte:


EXPOINTER: Animais começam a chegar para a maior feira gaúcha

Notícia da edição impressa de 24/08/2010
Exemplares começaram a desembarcar às 6h no Parque de Esteio

Raquel Santana

MARCELO G. RIBEIRO/JC
Exposição no Parque Assis Brasil de Esteio abre no próximo sábado

Os animais participantes da Expointer 2010 começaram a desembarcar ontem no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A entrada das grandes atrações da feira, que se realiza de 28 de agosto até 5 de setembro, se iniciou às 6h, com a chegada de 21 ovinos da raça Corriedale.

O ingresso se estende até a meia-noite de sexta-feira, quando mais de cinco mil bovinos, equinos, ovinos, suínos, pequenas espécies e demais animais estarão no parque depois de passar por uma rigorosa inspeção sanitária.

O secretário da Agricultura, Gilmar Tietböhl, juntamente com o diretor do Departamento de Produção Animal, Cláudio Dagoberto Bueno, o chefe do Serviço de Exposições e Feiras, José Arthur Martins, e o presidente da Comissão Executiva da Expointer, Antonio Alves, acompanharam a chegada dos primeiros exemplares ao local.

Para garantir a saúde dos animais e evitar epidemias, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRVM-RS) acompanhou a inspeção dos 7, 7 mil animais inscritos na 33 ª Expointer. Ao todo, seis equipes de veterinários e técnicos estarão participando da ação, que além de assegurar a saúde dos exemplares, também confere a documentação enviada pelos proprietários. Ontem foram inspecionados 150 animais, entre cavalos e bois.

Segundo o médico-veterinário Wilson Hoffmeister Jr, os animais são identificados um a um. “Olhamos os exames e atestados e se não estiverem de acordo com as normas, são deferidos”. Alguns já tiveram que voltar para casa ontem mesmo. “Somos rigorosos”, assegurou. De acordo com o veterinário, os exames e atestados de vacinas são específicos de acordo com a raça do animal.

Depois de conferida a documentação, os animais ainda passam por um segundo exame da equipe do CRVM. “Queremos ter certeza de que chegaram em bom estado”, justifica. “Olhamos se não têm perigo de transmissão de parasitas e doenças infecto-contagiosas”, diz. A documentação dos inscritos também é conferida. “Cada um tem um número, uma tatuagem e isto têm que estar especificado pelo proprietário na documentação”, lembra. Depois de liberados, os animais passam por uma solução de água e iodo e só então são encaminhados para as baias.

As equipes estarão de plantão durante toda a feira, das 6h às 24h. Quatro delas cuidarão dos equinos, caprinos e bovinos e duas dos suínos e dos animais de pequeno porte, como as aves e os coelhos.

Candidatos a campeões viajam cercados de cuidados

O forte calor e a viagem de 560 quilômetros entre a Cabanha Escondida, de Alegrete e o Parque Assis Brasil, em Esteio, foram suficientes para estressar os 27 cavalos da raça Crioula que passaram ontem pela inspeção veterinária. Eles fazem parte do lote de 7,7 mil animais inscritos para participar da feira, 150 deles inspecionados no primeiro dia. “Por causa da viagem, muitos chegam machucados”, lamenta Diego Melo da Silveira, cabanheiro-chefe da Escondida.

Entre os 27 exemplares está uma das apostas da cabanha, o potro Pagão da Escondida, de quase dois anos e avaliado em cerca de R$ 200 mil. Filho do Grande Campeão de 2004, Índio da Escondida (comercializado em leilão por R$ 476 mil), e da égua Indiana da Escondida, campeã de 2005 e vendida por R$ 200 mil, o pequeno potro viajou cercado de cuidados, com coberta e colchão à disposição. O comboio de três carretas saiu ainda de madrugada, quando a temperatura estava mais amena. “Viemos devagar, para não machucar os animais”, disse o cabanheiro. Do total de 27 exemplares da raça Crioula, 21 vão a leilão, dois serão para exposição e quatro potros vieram apenas acompanhando as mães.

Além dos cavalos, cinco bovinos – um macho e quatro fêmeas – não chegaram menos estressados. Também vindos de Alegrete, os exemplares da raça Aberdeen Angus são específicos para competição de pista. Sérgio Saint Pastous, proprietário da Fazenda Estacada, conta que seus os animais também viajaram cercados de cuidados, devido à longa distância. “Eles são campões e valem muito”, assegurou. Participando pela décima vez da Expointer, Saint Pastous destaca a importância do evento. “Viemos para ser campões e a feira é o lugar ideal para a valorização do animal”, assegurou.

Governo faz preparativos para receber estrangeiros

O governo do Estado colocará um estande à disposição dos visitantes estrangeiros, durante a Expointer, no Pavilhão Internacional. O objetivo é prestar assessoria em credenciamento, tradução e acompanhamento em rodadas de negócios.

O estande de 100m2 no Pavilhão Internacional será mais um instrumento de apoio. Uma delegação vinda da província de Manitoba, no Canadá, que mantém um convênio de Estado-Irmão com o Rio Grande do Sul, também estará presente na Expointer. O acordo de fraternidade entre os territórios foi firmado, em 1997, a partir da semelhança de características entre as duas regiões e como a vocação agrícola e tecnologia industrial.

Também da América do Norte, estarão presentes dois oficiais da Real Polícia Montada do Canadá, envergando o tradicional uniforme composto de casaco vermelho e chapéu de abas largas, no Pavilhão Internacional.

Outra delegação aguardada é a da província chinesa de Heilongjiang, cuja capital é Harbin, e que em recente visita ao Rio Grande do Sul manifestou o desejo de estabelecer intercâmbio comercial e conhecer o programa de transferência de embriões em vacas leiteiras, que poderá ser exportado para produtores daquela província.

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=38078


Infraestrutura: quem precisa do trem-bala?

A revista Exame de 20/08/2010 traz uma reportagem muito interessante e nos faz refletir sobre o investimento destinado à possível construção do trem-bala, no eixo Rio-SP. São 40 bilhões de reais envolvidos, leia um trecho abaixo:

Maria dos Anjos e o Brasil real

Maria dos Anjos Pires da Silva é parte de um país real. Acorda antes das 4 horas da manhã, toma três ônibus lotados. Chega ao trabalho mais de 2 horas e 37 quilômetros depois. Maria dos Anjos trabalha 6 horas por dia e gasta 7 no trânsito. A renda de sua família é de 1 500 reais por mês, o que a coloca no pelotão da classe C emergente. Maria dos Anjos está feliz com as conquistas materiais dos últimos tempos, mas, aos 58 anos de idade, espera por dias melhores na área de saúde, na escola dos filhos e no sistema público de transporte que transforma sua rotina em calvário. “Sinto orgulho em saber que o Brasil pode ter novas tecnologias, como o trem-bala, mas quem decide para onde vai o dinheiro precisa lembrar que nós existimos. Por que eu tenho de andar nisso aqui?”, disse Maria dos Anjos à editora Alexa Salomão, que a acompanhava no trajeto de casa ao trabalho. A brasileira Maria dos Anjos faz uma pergunta de simplicidade desconcertante. A questão é o ponto de partida para a reportagem sobre a contradição entre o projeto do trem-bala brasileiro e a realidade das grandes cidades do país, paralisadas pelo colapso do transporte público. Nada contra a modernidade, a introdução de novas tecnologias. Mas chama a atenção a forma como o governo elege suas prioridades. Certamente, não é olhando para o dia a dia de milhões de cidadãos como Maria dos Anjos, que necessitam de ônibus, metrô, ruas e avenidas e que talvez jamais precisem ou queiram entrar num trem de alta velocidade de 40 bilhões de reais.

Espera-se que, às vésperas do início de novos governos, os candidatos façam suas escolhas pelo Brasil real, e não por um país imaginário.

Fonte:  Alexa Salomão, de EXAME

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0974/brasil/quem-precisa-trem-bala-589649.html?page=4


Parque Assis Brasil se apronta para a Expointer

Notícia da edição impressa de 23/08/2010

Animais chegam a partir de hoje para participar da exposição

A poucos dias do início da 33ª edição da Expointer, o Parque Assis Brasil, em Esteio, é um grande canteiro de obras. Estandes sendo montados pelas empresas participantes, operários carregando placas e caminhões transportando materiais de construção podem ser observados em todas as ruas que compõem o complexo estruturado em um terreno de 114 hectares de extensão. Desse total, 45,3 mil metros quadrados abrigam os pavilhões cobertos, 70 mil metros quadrados são de área para exposição e o estacionamento comporta 5,5 mil veículos, uma verdadeira cidade, que todos os anos recebe mais de 400 mil visitantes em nove dias de feira.

Hoje começam a chegar os 7,7 mil animais inscritos. Neste ano, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS) vai acompanhar a entrada e saída dos animais que participam da Expointer. “A ação reduz pontos de conflito principalmente no momento da admissão dos exemplares para participação na feira”, diz o médico-veterinário Luiz Carlos Pascotini, que irá verificar a documentação apresentada pelos criadores e atuar principalmente na mediação de casos de discordância de informações e na avaliação dos animais.

Com R$ 6 milhões em verbas reservadas pelo governo do Estado para melhorias do parque durante todo este ano, R$ 3 milhões foram investidos para as reformas do local até o início da Expointer. Além da construção de um pavilhão próprio para o recolhimento das 26,8 toneladas/dia (dados de 2009) de lixo – sendo 50 toneladas recicláveis -, duas ruas internas foram pavimentadas e a cobertura metalizada de um dos cinco pavilhões foi recuperada.

Do total da verba, R$ 1,4 milhão foram gastos apenas na construção de 328 baias para equinos. O dinheiro ainda foi aplicado na recuperação da rede elétrica e na melhoria dos sanitários do local. Além da melhoria na infraestrutura, os visitantes também terão disponível neste ano internet grátis em espaços como o boulevard e nas praças.
Também o Pavilhão da Agricultura Familiar ganha novo layout e aumenta o número de estandes para 193, contra os 166 da última edição. A Expointer 2010 deverá contar com as presenças de 330 agroindústrias e cooperativas, somatório que alcança cerca de 9 mil famílias de agricultores. A responsabilidade do Pavilhão é do Programa da Agroindústria Familiar, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa), que completa 10 anos em 2010. Para marcar a data será lançado selo comemorativo.

Combate a ações criminais será intensificado na feira

Nesta edição da Expointer, pela primeira vez todas as áreas da segurança pública estarão reunidas no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil (PEEAB) durante uma feira. Além da presença das polícias Civil e Militar, o Fórum de Esteio será transferido para dentro da feira e a juíza Uiara Maria Castilho dos Reis despachará diretamente do local. O Juizado Especial do Crime (Jecrim) funcionará durante os nove dias de evento, que de acordo com o administrador do PEEAB, Paulo Demoliner, é alvo de muitos delitos, a maioria deles pequenos furtos. “Esse ano a tolerância será zero”, garante. O Fórum funcionará 24 horas por dia e caso haja algum flagrante, o criminoso sairá da Expointer diretamente para a prisão. “O julgamento será feito aqui mesmo”, assegura o administrador.

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=37957


Exportações gaúchas ficam abaixo da média

 Notícia da edição impressa de 19/08/2010

 Volume de vendas para o exterior caiu 4,5% de janeiro a julho, segundo a FEE

Apesar de o País ter apresentando crescimento no valor e volume de exportações, os índices gaúchos não acompanharam o desempenho nacional. A análise é da Fundação de Economia e Estatísticas do Estado (FEE), que demonstra que as exportações gaúchas apresentaram no acumulado do ano até julho, uma elevação de 6,2% no valor exportado, fruto de um aumento de 11,2% nos preços em dólares e de uma queda de 4,5% no volume. O resultado em valor e a redução no volume das vendas externas gaúchas vão na contramão do desempenho total da economia brasileira, que apresentou um crescimento de 27,1% em valor e de 11,0% no volume exportado.

O desempenho positivo em nível nacional se deve, principalmente, ao crescimento das exportações de Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Rio de Janeiro, estados cuja pauta de exportações se baseia em produtos ligados à indústria extrativa. O valor das exportações ligadas a este segmento apresentou um aumento de 78,1% no acumulado do ano até julho, com destaque para as exportações de minério de ferro do Espírito Santo, que aumentaram 98,6% em volume no mesmo período. A participação gaúcha nesta indústria é de apenas 0,1%, o que contribuiu para que, a partir de julho, o Rio Grande do Sul caísse do 3º para 4º lugar no ranking nacional de exportações.

No Rio Grande do Sul, observou-se uma queda de 5,1% do volume exportado pela agricultura e de 4,1% do volume exportado pela indústria de transformação. Entre os produtos agrícolas, o resultado negativo se deve principalmente à queda de 5,0% do volume exportado de soja, que representa 89% das exportações do setor. De acordo com o economista da FEE, Marcos Wink, os agricultores estão “segurando” a produção de soja, que se encontra em estoque. “Eles estão esperando o aumento do valor, que deve se dar a partir de setembro”, justificou.

Dentro da indústria de transformação, as quedas de 26,2% no volume das exportações de fumo beneficiado e de 43,0% no volume exportado pelo setor de refino de petróleo foram as que mais contribuíram para a queda do volume do setor. No que diz respeito às vendas de fumo, houve uma redução de 39,4% no volume exportado para a Bélgica e de 15,3% para os Estados Unidos, os dois maiores compradores do produto. Isto se deve a uma redução de 22,7% da safra de fumo no Rio Grande do Sul no mesmo período, decorrente do excesso de chuvas no final de 2009 e início de 2010.

Dentre os resultados positivos, destacam-se as exportações de veículos, com um crescimento de 49,2% do valor exportado no acumulado do ano. Porém, uma parcela deste aumento se deve à demanda específica de ônibus pela África do Sul, associada à Copa do Mundo de 2010, uma alta temporária e de curta duração.

Apesar do fraco desempenho das exportações no acumulado no ano, na margem (mês de julho contra igual mês do ano anterior) observa-se uma melhora dos resultados. No mês de julho as exportações cresceram 4,6% em valor, decorrente de um incremento igual no volume exportado e de uma estabilidade dos preços em dólares das exportações.

 

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=37603


Inmetro analisa 20 marcas de canetas esferográficas

Qua, 18 de Agosto de 2010

Escrito por Redação

O Programa de Análise de Produtos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) analisou amostras de 20 marcas de canetas esferográficas disponíveis no mercado, sendo cinco brasileiras, 13 chinesas, uma japonesa e uma malaia. Como não existe norma técnica específica para medir o desempenho de canetas esferográficas, foi elaborada metodologia para mensurar a quantidade de escrita do produto em metros e comparar a capacidade de escrita com o preço praticado. Os resultados encontrados demonstraram que as canetas fabricadas no Brasil possuem maior capacidade de escrita em comparação ao desempenho de canetas importadas da China e de outros países. O relatório completo sobre a análise do Inmetro segue em documento pdf, em anexo. 

A média da capacidade de escrita das canetas nacionais foi de 1.639 metros, enquanto a das chinesas e de outras procedências foi de, respectivamente, 1.164m e 1.112m, ou seja, as canetas de origem nacional escrevem, em média, 500 metros a mais do que as chinesas e as de outros países. Quando comparado o preço em relação à capacidade de escrita, os resultados foram alarmantes. Para escrever dez mil metros, por exemplo, o consumidor brasileiro paga, em média, seis vezes mais pela caneta importada.

“As vantagens das canetas nacionais é que elas têm um custo x benefício significativamente maior do que as canetas importadas”, afirma Alfredo Lobo, diretor da Qualidade do Inmetro. Com os resultados não satisfatórios de algumas marcas de canetas importadas, o diretor informa que vai acionar a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para definir as normas e os requisitos que uma caneta deve ter e estudar um programa de certificação de forma a regularizar o produto.

As diferenças encontradas entre as amostras das canetas nacionais e as das importadas, principalmente da China, são prejudiciais aos consumidores, sobretudo àqueles que adquirem material didático escolar em grande quantidade, como escolas municipais e estaduais. O Inmetro desenvolve, juntamente com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), um Termo de Cooperação voltado para a melhoria das compras públicas. Canetas esferográficas foram um dos cinco itens, entre vários produtos, priorizados pelo Ministério para início do trabalho. 

Os resultados apresentados na análise das 20 marcas de canetas esferográficas, realizados pelo Departamento de Tecnologia do Centro de Laboratórios da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Detec/Clab/Fucapi), em Manaus (AM), foram enviados pelo Inmetro para apreciação e avaliação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Fonte: http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2512:inmetro-analisa-20-marcas-de-canetas-esferograficas&catid=90:pesquisas&Itemid=134